quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Cérebro

CÉREBRO – Quem comanda?

A tentativa de resolver problemas no ser humano, passa pela necessidade de compreender o que acontece na sua mente.
Que divisões se podem considerar no cérebro do ser humano?
- Memória
- Razão
- Emoção
- Valores (Moral)
- Vontade

A memória é um banco de dados.

A razão propicia a análise de dados, estabelecimento de hipóteses, o desenvolvimento de teses que permitirão conclusões.

A emoção nos provoca sentimentos.

Os valores são os parâmetros usados pelo cérebro para escolhas e julgamentos. É bem provável que eles fiquem armazenados na memória.

A vontade, ao que tudo indica, é inata e acompanha o indivíduo por toda a vida, provocando-o a realizações e induzindo-o a contrariar a razão e o bom senso.

A questão que se coloca é: quem comanda o cérebro?

RAZÃO
Nós podemos comandar nossa razão, analisando dados, procurando-os na memória ou fora dela. Podemos formular hipóteses, desenvolver teses e tirar conclusões, usando os valores como parâmetros de escolhas e julgamentos.
Por outro lado, é evidente que a razão também é usada independente de nossa vontade. Isso acontece quando a emoção pretende justificar sua ação, ao produzir felicidade, mas, principalmente, quando causa sentimentos ruins. Verificamos isso quando os argumentos produzidos assim, contrariam os que a razão produz sob nosso comando. É o caso quando a razão nos indica que devemos perdoar alguém e a emoção produz argumentos justificando que devemos nos vingar.

EMOÇÃO
A emoção é autônoma. O máximo que podemos fazer é provoca-la.
Podemos procurar lugares bonitos ou feios, impressionando a emoção, que provocará alegria ou tristeza.
Podemos procurar pessoas ou coisas que provocam emoção.
Podemos provocar emoção através de esportes, trabalhos ou qualquer outro tipo de atividade.
Podemos provocar algum tipo de emoção específica. O medo, por exemplo, praticando um esporte radical, assistindo cenas de terror, etc.. Podemos provocar alegria, assistindo comédias, freqüentando parques de diversões, etc.
Por outro lado, a emoção pode se manifestar independente de nossa intervenção, de a querermos ou não. Ela provocará amor por quem quiser e não por quem gostaríamos de amar. Ela insistirá em manter-nos apáticos ou angustiados, mesmo que nos esforcemos para sentir o contrário.
Existem coisas que ocupam nosso pensamento mesmo contra nossa vontade. É o que podemos chamar de pensamentos involuntários. Esses pensamentos, normalmente, estão ligados à emoção. Por isso não parece absurdo que os consideremos como parte dela.

MEMÓRIA
Ela armazena tudo que lhe chega, através da razão, emoção e sentidos. Ela armazena com facilidade algumas coisas e resiste muito a armazenar outras. Nos fornece alguns dados com facilidade e chega a sonegar outros, por mais que nos esforcemos para que ela nos forneça. Sabemos que o dado pretendido, e que ela se nega a fornecer, está lá. Podemos afirmar isso porque, quando menos esperamos, ela acaba por fornecer-nos o que nos negou quando pretendemos. Isso mostra que não a dominamos totalmente.
A memória não guarda acontecimentos como um todo, com as emoções envolvidas, como um filme, uma foto ou uma gravação. Ela guarda dados que possibilitam lembrar o que aconteceu. No entanto, cada lembrança é uma reconstrução do passado, uma versão dele. É comum que, a cada vez que se lembre esse passado, a reconstrução seja diferente das reconstruções anteriores, com pouca ou, até, muita diferença. Podemos lembrar o que sentimos, mas não a sua intensidade.

VALORES
Parece razoável que consideremos humildade e solidariedade, bem como seus opostos: prepotência e egoísmo; como sendo os valores fundamentais. Podemos dizer que os valores são componentes da moral.

VONTADE
É possível que a vontade seja a primeira provocação ao indivíduo, o que desencadeia todo o resto. Ela poderá criar um sonho, quando a vontade seja conseguir algo muito difícil. Provocar a razão para viabilizar a satisfação. Criar um desejo obcessivo e tentar satisfaze-lo a qualquer custo, sem considerar barreiras, atropelando tudo o que tentar impedir seu objetivo.
A vontade possibilita que o indivíduo se empenhe para conseguir realizações, lute por elas, busque forças para tentar consegui-las. No entanto, é através dela, também, que acontecem grandes distorções no comportamento das pessoas.
No primeiro caso, a vontade é balizada por racionalizações e consideração de valores; observando os limites dos direitos e o compromisso com os deveres de cada um. O indivíduo cuida para que seu direito a ter sua vontade realizada, não interfira em direitos alheios, não se furte a cumprir com seus deveres e procure evitar ao máximo eventuais prejuízos a terceiros. Ele considerará o custo-benefício da realização de sua vontade; verificando se os benefícios esperados não lhe provocarão um custo exagerado no futuro.
No segundo caso, o indivíduo é dominado pela vontade e tenta satisfazê-la cegamente, sem considerar limites, nem se dispor aos sacrifícios necessários. Não considera os prejuízos que poderá causar a terceiros, nem a si mesmo.
No primeiro caso, o indivíduo tem como parâmetros a humildade e a solidariedade.
No segundo caso, os valores usados como parâmetro tendem para a prepotência e o egoísmo.

Por que egoísmo e prepotência têm grande facilidade de dominar o indivíduo, quando seus opostos: solidariedade e humildade sofrem grande oposição para servir de parâmetros para análises, escolhas e julgamentos?


FACILIDADE INICIAL
Tentar realizar vontades e desejos o mais rapidamente e sem qualquer esforço; seria o ideal. No entanto, é comum que o caminho que pode levar à satisfação, seja dificultado por vários obstáculos.
Há vontades e desejos que podem ser satisfeitos através de dinheiro ou conhecimento. Tanto um como outro precisam ser conseguidos e, normalmente, exigem trabalho e empenho.
Há casos em que o exigido é o desprendimento, abrir mão de alguma coisa de que dispomos ou a que estamos acostumados.
Dificilmente sentimos vontade ou desejo do que está disponível.
A tendência à facilidade inicial, provoca o indivíduo a atropelar os obstáculos ao invés de buscar elimina-los ou contorná-los, por meios coerentes e legítimos.
A opção pela facilidade inicial, tende a gerar problemas futuros, que a falta de racionalidade não permitiu prever, podendo tornar a realização de uma vontade ou desejo em resultados desastrosos.

Depois dessas considerações iniciais, não é difícil perceber que dados significativos têm sido desprezados por estudos e análises que têm objetivado solução para muitos problemas.

VONTADE
Desde a infância, uma menina tinha grande admiração por médicos. Isso desenvolveu nela a vontade de seguir essa carreira.
Ao ingressar no segundo grau, sabendo que o vestibular para medicina era muito disputado, empenhou-se com afinco nos estudos. Seguiu se esforçando durante o cursinho, a faculdade e a residência médica. Finalmente, formou-se e se tornou uma profissional respeitada.
Outra menina teve a mesma vontade. No entanto, não gostava de estudar, passando a infância brincando, só estudando o mínimo que achava necessário para passar de ano. Durante a adolescência não perdia uma festinha e namorava todos os meninos que a atraiam. Repetiu várias vezes e acabou desistindo da escola antes de concluir o primeiro grau. Continuou com vontade de ser médica, mas teve que se contentar em fazer faxina como diarista. Vive reclamando da sorte que não lhe permitiu realizar sua vontade.

Desde a mais tenra idade um menino sentia vontade de ser mecânico de automóveis. Aos doze anos, pediu ao pai que lhe conseguisse trabalho em uma oficina onde pudesse aprender o ofício. O pai considerou que aquilo era capricho de criança, dizendo que ele era muito novo para trabalhar e que deveria se dedicar aos estudos. Ele não desistia e continuou pedindo ao pai que lhe conseguisse um trabalho em uma oficina.
Aos quatorze anos, como o pai não o atendesse, ele próprio procurou uma oficina nas vizinhanças e pediu ao dono que lhe ensinasse o ofício, propondo-se a trabalhar para pagar o aprendizado. O pai relutou, mas acabou concordando desde que ele não abandonasse os estudos.
Lavava peças e ferramentas, varria a oficina e ajudava no que era possível, prestando atenção em tudo, acumulando informações e procurando compreender o funcionamento de todas as partes de um carro. Em alguns anos era um mecânico competente e montou sua própria oficina. Procurava manter-se atualizado, fazendo cursos e lendo publicações especializadas.

Um adolescente era fascinado pelo comportamento de alguns rapazes do bairro. Eles não trabalhavam nem estudavam. Dormiam até tarde e ficavam na rua até de madrugada. Eram assediados por garotas e viviam se metendo em confusão.
Os pais dele e todos da vizinhança viviam criticando-os, alegando que eram vagabundos, maconheiros e desordeiros. Ele, no entanto, admirava-os cada vez mais.
Acabou se aproximando deles e começou a servir de menino de recados. Começou a beber, fumar maconha e acompanhá-los em pequenos furtos. A mudança de comportamento chamou a atenção dos pais que se empenharam em mostrar-lhe o quanto o caminho que vinha trilhando era pernicioso, quanto sofrimento estava causando a eles e quanto ele sofreria em conseqüência disso. Fizeram de tudo para que voltasse a estudar e abandonasse aquelas companhias, mas não conseguiram e, depois de alguns anos, acabou morrendo num tiroteio com a polícia.

EMOÇÃO
Vontade
Amor
Ódio
Depressão
Ansiedade
Esperança
Amizade

SENTIMENTO
Aceitação
Alegria
Angústia
Apatia
Desejo
Dor
Euforia
Frustração
Medo
Melancolia
Pena
Prazer
Preguiça
Raiva
Revolta
Ternura
Tristeza

RAZÃO
CONSCIENTE
Juntar dados
Analisá-los
Refletir
Concluir
Reavaliar
Novas conclusões
Reconstruir lembranças

INCONSCIENTE (a serviço da emoção)
Manipular dados
Construir argumentos
Reagir à razão consciente
Reconstruir lembranças

MEMÓRIA
Armazenar
Dados
Emoções
Sentidos captados
Conceitos
Preconceitos

MORAL
Valores
Honestidade
Lealdade
Solidariedade
Humildade
Coragem
Dignidade
Altruísmo

Preconceitos

INSTINTO
REFLEXO
TIMIDEZ
SENSIBILIDADE
TALENTO
FANTASIA
SONHO

AÇÃO
Racional
Emocional
Impulsiva
Reflexiva
Interpretativa

A vontade gera uma emoção, que provoca um sentimento.
Além de necessidades fisiológicas, são os sentidos e a memória que informam à vontade o que pretender.
A moral poderá convocar a razão a considerar a vontade, avaliando-a, oferecendo caminhos para a satisfação e indicando dificuldades; ou deixar que a emoção comande as ações.
A razão avaliará se a vontade tem condições de ser satisfeita de imediato, a médio, longo prazo ou se ela está mais para utopia do que para realização. Indicará que caminhos podem ser trilhados, considerará os valores do indivíduo, propiciando que ele decida se vale a pena ou não lutar pela satisfação.
Se a razão não intervier, a vontade só poderá ser freada pelos valores morais. Se o indivíduo desprezar os valores positivos, a vontade terá total liberdade para buscar satisfação pela via mais rápida, sem a menor disposição para enfrentar dificuldades. Mesmo que sejam inúmeros os exemplos de que isso não atinja a satisfação e que, quando atinge ele é efêmero; esse tipo de indivíduo insiste em optar por esse caminho, desprezando a experiência que mostra o quanto é prejudicial.

Se a vontade do indivíduo não puder ser controlada através da razão e de valores positivos, dificilmente se conseguirá evitar as conseqüências de seus atos. A vontade é a grande motivadora para realizações, mas é, também, a desencadeadora dos maiores problemas do indivíduo e conseqüentemente, da sociedade.
A vontade de ganhar dinheiro é comum a praticamente todo indivíduo. A maneira como cada um tenta consegui-lo é que os diferencia.
O trabalho é o meio mais usado par conseguir o objetivo. Isoladamente, dificilmente ele propicia mais que o necessário para a sobrevivência. O que se associa a ele é que fará o diferencial.
Trabalho braçal
Talento + trabalho
Talento+estudo+trabalho
Talento+estudo+racionalidade+trabalho
Talento+estudo+racionalidade+sorte+trabalho
Quanto maior e mais eficiente for o que se associa ao trabalho, menor será o esforço necessário.
Facas, machados, foices, serrotes, em fim, ferramentas de corte, quando cuidadosamente preparadas e afiadas, diminuirão em muito o esforço exigido no trabalho, com resultados de melhor qualidade. Para tanto é necessário investir trabalho na preparação das ferramentas.
Um músico talentoso terá facilidade para tocar um instrumento. Se estudar o que outros já descobriram a respeito do instrumento e o que ele pode propiciar; conseguirão muito mais qualidade em um tempo bem menor, do que se tentasse descobrir esses detalhes por experiência própria. O estudo tem como objetivo poupar tempo e esforço na tentativa de descobrir o que já é conhecido.

REFLEXÃO
O pensamento está em mim, no cérebro ou em qualquer outra parte do meu corpo. Se está no meu corpo, é meu. É tão meu que, se eu não o expressar, ninguém o conhecerá. No entanto, mesmo sendo meu, estando dentro de mim, sendo inacessível aos outros sem o meu consentimento; não está sob meu domínio e costuma acontecer independente de minha vontade, inclusive, contra ela.
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA VIDA
Felicidade e prazer

NECESSIDADE PARA CONVIVÊNCIA
Respeito a direitos e deveres.

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